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Dra. Vilma Muniz de Farias | Fotografia: Divulgação
Inspirada na frase, slogan do evento Noite de Homenagens, promovido pela jornalista Angela Rossi, “ninguém brilha por acaso”, Dra. Vilma Muniz de Farias, narra sua trajetória para a Revista Angel.
“Com efeito a história das pessoas de sucesso registram momentos de grande luta, dura e árdua, para conquista, planejada ou não, com objetivo sempre de se desenvolverem como pessoa e profissional.
Sou advogada porque aos 20 anos, me vi mãe com 2 filhos para sustentar: uma de um ano e outro recém-nascido, produto de um casamento precocemente desfeito. Tinha que além de sustentá-los, encaminhá-los à vida, já que, nada obstante a proteção e apoio de meus pais, a responsável era eu, pelo sucesso da empreitada. Com essa motivação, fiz meu curso de Direito: Para ser uma advogada, vencer e aprender a me defender e a defender pessoas e com o produto desse trabalho criar e educar meus filhos, sustentá-los, enfim.
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A razão econômica a princípio, encaminhou-me a um concurso público, em que passei em quinto lugar no estado de São Paulo, nada obstante o número de candidatos, me levaram a ocupar, ainda que por pouco tempo, o cargo de escriturária na extinta Caixa Econômica do Estado de São Paulo, que passou a ser Caixa Econômica do Estado de São Paulo S.A., finalmente Banco Nossa Caixa, agente do tesouro estadual. Um bom emprego, mas queria mais. Consegui um lugar no departamento jurídico da mesma instituição, recém-criado, de Campinas, nos anos 90, galgando o cargo de advogada e depois coordenadora do Departamento Jurídico, onde coordenei quase 100 advogados no Estado de São Paulo.
Um grande desafio que me incentivaram a perseverar: continuar a estudar, e entre Pós-graduações, mestrado e especialização na FGV, no Direito Econômico, com extensão na Ohio University, nos Estados Unidos continuar a progredir profissionalmente.
Vilma Muniz de Farias
Aposentei-me ainda jovem, com 25 anos de trabalho e, promissora carreira, onde conquistei independência financeira, abrindo meu próprio escritório em Jundiaí, que funcionou durante 7 anos. Desse escritório, surgiram parcerias interessantes e até a realização em parte de um antigo sonho em estudar Filosofia, o que o fiz na Universidade Católica de Lisboa, Portugal, por pouco tempo, mas o suficiente para agregar conhecimento e relações profissionais significativas.
Hoje, Diretora da Caixa de Assistência dos Advogados da Ordem dos Advogados de São Paulo – CAASP/OABSP, onde sou diretora de benefícios, secretária geral adjunta, ajudando advogados que dela necessitam, percebo que minha trajetória não foi em vão. O trabalho ampliou ainda mais meus conhecimentos, o que é inegável, mas o mais interessante foi a possibilidade de ajudar advogados em suas carências financeiras, de saúde, física e mental, situação até então desconhecidas para a minha pessoa, tendo em vista que, nada obstante as dificuldades, conquistei e ultrapassei barreiras, com os recursos que tinha ao redor, meu trabalho e minha tenacidade.
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Aos quase 73 anos, advogada, Diretora do Universo OAB/SP, mulher, advogada vitoriosa, mãe de dois filhos ilustres e bem-sucedidos, e avó (cinco) netos, descobri que coragem e força, necessidade e tenacidade, aliados à perseverança, foram meus alicerces para o sucesso como pessoa e como profissional.
Hoje, relembro meu começo como advogada viajando pelo Estado de São Paulo, para atender aos prazos judiciais, num carro da época, de pouca ou nenhuma potência (nessa trajetória, não era raro ter que trocar pneus com ou sem ajuda de terceiros), fazer audiências extenuantes, quando inexistiam computadores ou rede de internet ou telefonia móvel. Relembro também a admiração manifestada por juízes que achavam diferente uma mulher, embrenhar-se nessa carreira, com tantas dificuldades, ainda que existissem, ainda que raras, procuradoras e juízas.
Também cheguei a ocupar, ainda que por 12 meses, o cargo de Secretária de Governo Municipal, em 1993/1994, da Estância Hidrominenal de Monte Alegre do Sul.
Acredito que sou uma vencedora, vitoriosa e orgulhosa do que fiz e faço profissionalmente porque sigo a máxima: “A mulher pode ser aquilo que ela desejar ser”.
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