Gente que faz a diferença

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Dr. Pedro Henrique Marcondelli

MÉDICO REUMATOLOGISTA

Atuante como 2° Tenente na Polícia Militar do Estado de São Paulo, médico cooperado na Unimed São José do Rio Preto (SP) e médico reumatologista na Prefeitura Municipal da Estância Turística de Olímpia (SP).
Faculdade de Medicina pela Universidade de Vassouras (RJ), residência médica em Reumatologia pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP) e Curso de Adaptação ao Quadro de Oficiais de Saúde pela Academia de Polícia Militar do Barro Branco (SP).

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Dr. Pedro Henrique Marcondelli | Fotografia: Divulgação

Medicina e Polícia Militar. Poucas pessoas saberiam relacionar essas duas áreas tão bem quanto um médico que atua como tenente da PM. Para alguns, o assunto poderia até parecer conflitante, mas Pedro garante que não é e ainda diz mais: são temas complementares. E se pararmos para pensar, faz sentido, já que Saúde e Segurança são dois ramos extremamente sensíveis e importantes para a sociedade.

“Em relação à Polícia Militar, partimos do princípio que uma tropa eficaz é uma tropa saudável, tanto física quanto mentalmente, visto as diversas situações de estresse advindas do serviço policial. Dentre os preceitos Militares que são incorporados na Medicina Civil e diariamente me auxiliam nos ambulatórios, estão o respeito à dignidade e diversidade do ser humano, pontualidade, ética, transparência e eficiência na utilização dos recursos públicos e proteção das pessoas em situação de vulnerabilidade social ou devido as suas enfermidades.”

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Pedro destaca ainda as similaridades nas funções desempenhadas que o auxiliam a ser um profissional completo nas duas funções. “Na Polícia Militar, temos um conceito que, aos poucos, está sendo implementado no âmbito dos conflitos urbanos e na Polícia Militar: a Medicina de Combate. No Brasil, o procedimento é chamado de Atendimento Pré-Hospitalar Tático, conceito que nasceu em conflitos militares internacionais, que insere o médico no ambiente do conflito e tem o objetivo de prestar o atendimento médico mais rápido e com maior eficiência possível, prezando, assim, pelo maior bem que existe na corporação, que é a vida do Policial Militar.”

“Todo dia tenho mais certeza que estou na profissão correta”.

Pedro Henrique Marcondelli

Em suas respostas tão detalhadas a cada pergunta sobre seu dia a dia profissional, é possível observar o motivo que o levou a escolher seguir esse caminho: a oportunidade de transformar vidas. Para Pedro, o que o move diariamente a sempre buscar excelência em cada interação com o paciente é ver que dedicação e busca de conhecimento conseguem melhorar a qualidade de vida das pessoas. “Quando se gera essa empatia e compaixão, o processo de crescimento pessoal é natural e prazeroso. Todo dia tenho mais certeza que estou na profissão correta.”

Dr. Pedro Henrique Marcondelli | Fotografia: Divulgação

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E por estar tão certo de sua escolha, o tenente médico da polícia militar tem alguns pontos que o destacam na sua área. No exercício diário de sua função, preza muito por uma abordagem técnica correta e assertiva da aplicação da medicina curativa nas enfermidades, afinal, é de fundamental importância para a reversibilidade do processo de doença. “Sempre reforço aos meus pacientes que, mesmo que em algumas doenças a palavra ‘cura’ ainda possa não estar presente, em todos os casos, existe a possibilidade da intervenção do médico para mitigar sofrimentos e, assim, se reestabelecer o conceito de saúde.”

Falando sobre a construção de carreira na medicina, com suas dificuldades inerentes à profissão, Pedro tem alguns pontos de preocupação sob a ótica humanitária. Para ele, o mercado de trabalho para médicos é um campo dinâmico e exigente, que apresenta uma série de desafios e oportunidades. “Dentre as dificuldades, pontuo a alta carga de trabalho, a pressão por resultados e o trabalhoso processo em obter equilíbrio entre a vida profissional e pessoal”. Ainda em sua opinião, algo que tem impactado fortemente a prática médica é a falta de visão integral sobre o paciente com hiperfragmentação da medicina em subespecialidades. “É raro hoje em dia o paciente apontar apenas um profissional como seu médico. Diante desse contexto, existe uma preocupação cada vez maior em entender doenças e não o paciente que ali se encontra inserido.”

Por isso, Pedro sempre busca promover uma abordagem mais empática e compreensiva no atendimento à saúde, reconhecendo o paciente não apenas como um conjunto de sintomas, mas como um ser humano com emoções, histórias e necessidades individuais. Ainda sobre esse assunto, o médico diz que uma maneira que consegue pôr em prática essa abordagem é voltando um pouco ao modelo de consultas de antigamente. “Havia apenas o paciente, o médico, o conhecimento, um papel para uma excelente anamnese e uma maca para um excelente exame físico. O ato de tocar e examinar gera o principal pilar na relação médico-paciente, que é a conexão, que é vital para a eficácia do tratamento e o bem-estar do paciente.”

O fato de achar importante “voltar um pouco ao modelo de consulta de antigamente” não quer dizer que não goste de acompanhar a evolução da medicina e as maravilhas que a tecnologia pode fazer no campo da saúde. “Vejo hoje que interseção entre tecnologia e medicina é um espaço fértil para inovações, mas também repleto de desafios. Com a crescente digitalização de informações médicas, a proteção dos dados dos pacientes tornou-se uma preocupação primordial. A utilização de inteligência artificial (IA) e algoritmos na medicina levanta questões éticas significativas.”

Além disso, Pedro também destaca o quanto as decisões sobre diagnósticos e tratamentos baseados em dados podem ser influenciadas por preconceitos do próprio algoritmo ou pelas limitações dos dados utilizados. Em suas palavras, “é importante desenvolver diretrizes éticas e claras para a implementação dessas tecnologias, lembrando que, embora tenha o potencial de melhorar o acesso à saúde, também pode exacerbar desigualdades existentes”.

Quando perguntado sobre como gostaria de ser lembrado no futuro, ele responde: “um homem que em todas as esferas de sua vida buscou viver de forma que sua consciência sempre permaneceu tranquila, sabendo que suas escolhas e resultados refletiram seus valores mais profundos”.

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